A hidrocefalia é uma doença caracterizada pelo acúmulo do líquido cefalorraquidiano (LCR) no cérebro. Esse líquido circula entre os ventrículos cerebrais e é o responsável pela proteção do nossos sistema nervoso central.
Após cumprir seu papel, o LCR segue seu caminho até onde deveria ser reabsorvido pelo sangue. Porém, em casos de hidrocefalia, por algum motivo essa reabsorção não ocorre. Desta forma ocorre acúmulo deste líquido no cérebro e, assim, os sintomas característicos da doença.
Na maioria dos casos esse problema se relaciona com uma obstrução causada pela formação de espinha bífida, geralmente surgindo ainda no período gestacional. Entretanto, outros fatores podem ser os responsáveis, causando hidrocefalia também em adultos.
Hidrocefalia em adultos
A hidrocefalia em adultos é um tema ainda pouco conhecido, já que na grande maioria das vezes o diagnóstico é infantil. Em pessoas mais velhas, esta patologia é costumeiramente confundida com outras doenças, o que pode acabar prejudicando o tratamento.
Os sintomas característicos da hidrocefalia em adultos se confundem facilmente com sinais de outras doenças comuns à terceira idade. O mal de Alzheimer e o Parkinson, doenças características dessa faixa etária, produzem alterações semelhantes e, por serem mais comuns, são os primeiros a serem relacionados.
Expansão da cabeça
Existe uma grande diferença entre a hidrocefalia em adultos, quando comparada aos casos infantis, que são os mais conhecidos.
Durante os primeiros meses de vida a criança possui a chamada fontanela, popularmente conhecida como moleira. Essa é uma região onde os ossos do cérebro ainda não se fecharam por completo. Por causa disso, quando há acúmulo do LCR a cabeça dos recém nascidos acaba crescendo de tamanho.
Enquanto isso, no caso dos adultos, não há espaço entre os ossos para crescimento. Sendo assim, para onde vai esse excesso de líquido?
O LCR acúmulado nos adultos se distribui entre as várias partes do cérebro, afetando assim diferentes regiões e provocando a sua tríade de sintomas, em breve falaremos mais sobre isso.
Causas
Na grande maioria dos casos, a hidrocefalia infantil é causada, conforme vimos anteriormente, pela obstrução da passagem do LCR pelo surgimento da espinha bífida.
Desta forma, é de se esperar que nos adultos, a explicação seja outra.
As primeiras causas estão relacionadas a uma produção excessiva de líquido. Esse problema pode ser causado por traumas cranianos, por acidentes vasculares cerebrais, por tumores, por hemorragia das meninges entre outros problemas similares.
Além deste fator, outro tipo de causa também pode estar provocando esse acúmulo. Assim como nas crianças, pode está ocorrendo algum tipo de obstrução. No caso dos adultos isso se dá por defeitos congênitos ou mesmo por tumores.
Existe ainda um tipo de hidrocefalia em adultos, em especial idosos, chamada Hidrocefalia de Pressão Normal Idiopática. Esses casos ainda não possuem causas conhecidas. Sabe-se que existe problemas na reabsorção do LCR, porém a pressão nos ventrículos se mantém. Neste caso não é possível diagnosticar nenhuma das causas citadas anteriormente.
Diagnóstico
O primeiro passo para o diagnóstico é identificar a tríade de sintomas. A perda progressiva de memória, a dificuldades na marcha e os problemas na contenção urinária.
A partir do surgimento desses sintomas, que também são apresentados em outras doenças, será necessária uma análise do histórico clínico do paciente. Permanecendo a suspeita devem ser pedido exames de imagem, para detectar o aumento do volume dos ventrículos, região do cérebro por onde circula o LCR.
Geralmente em casos de hidrocefalia é realizado um teste terapêutico denominado Tap-Test. Esse procedimento é realizado em suas etapas.
Na primeira delas o paciente é submetido a uma avaliação da memória e da marcha. Após isso, ele deve voltar ao consultório para realizar a punção de uma parcela de seu LCR, o que reduzirá a pressão ventricular e provavelmente suprimirá os sintomas.
Concluída essa duas etapas, a indicação é que se repita os dois primeiros testes. Agora, sem o excesso de líquido, o paciente novamente deve ser submetido ao exame de memória e a avaliação da marcha, para testificar a redução dos sintomas.
O Tap-Test é importantíssimo, pois como vimos anteriormente, a hidrocefalia é muito confundida com outras doenças. Para que o tratamento seja eficaz, é preciso que o diagnóstico seja realizado de forma precisa e certeira.
Tratamento
O tratamento mais eficaz para essa doença é a cirurgia. Esse procedimento já é realizado há décadas e tem se mostrado cada vez mais eficaz, graças aos avanços tecnológicos.
A cirurgia consiste na inserção de um cateter na região ventricular, além de cateter na região do pescoço. Drenando assim todo o excesso de LDR para o peritônio, no tórax. Entre esses dois, uma válvula, a responsável por exercer controle sobre o fluxo.
Com a redução do excesso de líquido, os sintomas naturalmente tendem a desaparecer.