Conheça a história de João de Deus e os crimes que ele está sendo acusado

Você já ouviu falar sobre João de Deus? João de Deus, ou, John of God como ficou reconhecido internacionalmente, é um médium brasileiro que atua principalmente no estado de Goiás.

João Teixeira de Farias, o seu nome de batismo, ficou conhecido internacionalmente após fazer excursões por países como Estados Unidos, Alemanha, Grécia, Suíça e Austrália. Chegou até a receber a famosa apresentadora americana Oprah em um de seus eventos.

Ele é dono das Instituições Casa de Dom Inácio de Loyola, Casa da Sopa e Casa do Banho. Além de prestar serviços comunitários à sociedade, o médium fornece seus serviços gratuitamente à população.

A História de João de Deus

João é um analfabeto funcional, pai de onze filhos, cada um com uma mulher diferente. Segundo ele toda a sua história com o espiritismo começou quando ele tinha apenas 9 anos de idade e era ainda uma criança católica.

Ele conta ter aversão a religião espírita nesta época, mas descreve sua primeira experiência como médium aos 16 anos, quando serviu de canal para cura de pessoas pela primeira vez.

Desde que teve sua primeira experiência rodou por todo o Brasil e por boa parte do mundo curando e libertando pessoas. Foi algum tempo depois dessas viagens que ele decidiu se fixar em Abadiânia.

A pequena cidade virou uma grande atração ao público graças aos dons de João. Além de seu trabalho com espiritismo, João realizava inúmeros trabalhos voluntários na região.

Em sua biografia oficial “João de Deus: o curandeiro brasileiro que mudou a vida de milhões”, são descritos mais 8 milhões de casos de pessoas que tiveram as vidas transformadas pelo seu trabalho.

O médium afirma que atendia mais de mil pessoas diariamente. Conta ainda que mais de 80% dos casos eram de pessoas estrangeiras.

Crimes

Desde do início de sua carreira, a mais de 30 anos atrás, João de Deus foi acusado por diversos crimes. Dentre eles tem-se o exercício ilegal da medicina, atentado ao pudor, contrabando de minerais e até homicídios.

Medicina

No que se trata do exercício ilegal da medicina, tudo começou assim que os trabalhos do espírita tornaram-se conhecidos na região do Goiás. Seus pacientes realmente se sentiam curados, e João usava isso para conseguir ainda mais clientes.

Na época o Conselho Regional de Medicina se atentou as notícias e indiciou João, que, na verdade, estava tratando de doenças psicológicas e anunciando curas físicas.

Atentado ao Pudor

Os processos de atentado ao pudor foram inúmeros ao longo de toda a sua carreira. A começar por ter assediado sexualmente uma jovem de apenas 16 anos.

Anos após esta primeira denúncia, mais casos foram delatados e João de Deus chegou a tornar-se alvo de investigações.

Contrabando

João além de médium, foi sócio em um Garimpo. Todo o processo começou quando ele foi pego e preso com 300 kg de autunita, um mineral rico em urânio.

Até hoje o argumento da defesa é de que o garimpeiro não fazia ideia do potencial radioativo da substância que carregava.

Assassinato

Devalnir Cardoso Fonseca é o nome do homem supostamente assassinado por João de Deus. Uma amiga da vítima conta que Devalnir havia sido ameaçado de morte pelo médium apenas dois meses antes do acontecido.

A história toda começou quando Fonseca se envolveu com Tereza, na época casada com o João. O relacionamento entre Tereza e curandeiro teve fim dois dias após o assassinato.

O Caso de João de Deus

Em dezembro de 2018, mais de trezentas mulheres que haviam feito tratamentos com o curandeiro o denunciaram à polícia por assédio sexual.

Após os casos serem divulgados pela Rede Globo, a Federação Espírita Brasileira divulgou um posicionamento. Segundo a instituição não é aconselhável que a consulta ocorra apenas entre o médium e o indivíduo a ser ajudado, desaprovando assim a atitude de João.

Os relatos das mulheres eram bem similares. Todas contam ter sido convidadas pela entidade para se encontrarem isoladamente com o curandeiro para receber a cura esperada. De acordo com elas, neste momento eram violentadas sexualmente por ele.

Uma das vítimas chegou a cometer suicídio depois que os casos vieram à tona.

As notícias dos crimes geraram tanta repercussão que a polícia criou uma força tarefa para investigar os casos e apurar todos os relatos.

João de Deus teve sua prisão decretada. Mesmo declarando sua inocência veementemente, o médium se entregou à polícia em 15 de dezembro de 2018.