É quase irresistível o ato de soltar palavrões em alguns momentos. Vai dizer que você nunca deixou escapar uma dessas palavras indevidas em um momento de susto, dor ou raiva?
Você faz alguma ideia de como tudo isso começou? De onde vem os palavrões? Como eles surgiram? Desde quando nós xingamos? Parece até cômico, mas acredite, existem até mesmo pesquisas científicas sobre eles. Elas procuram entender melhor porque eles são tão usados por nós.
Se pararmos para pensar melhor, os palavrões um dia foram simples palavras, ou seja, inicialmente não possuíam significados pejorativos. Porém, em algum momento acabaram se resignificando, se popularizando com novos sentidos.
Por que usamos palavrões?

Alguma vez em sua vida você já parou para pensar sobre isso? Por que sentimos um prazer tão especial em soltar um palavrão em alto e bom som?
Geralmente durante a infância a gente gosta de repetir o que ouve ao nosso redor. É natural que uma criança ainda bem pequena ache excepcionalmente divertido repetir os palavrões aprendidos na escola, na rua, ou mesmo aquele que ela ouviu um de seus pais gritarem sem querer enquanto brigavam.
Dependendo de como foi a sua criação e de como é o seu ambiente familiar, você sabe bem o que acontece quando grita o primeiro nome feio diante de seus pais. Pois é, eles não costumam ficar nada felizes.
Ainda assim, com o passar dos anos, vamos crescendo e os palavrões se tornam cada vez mais comuns. Por isso, eles acabam se tornando tão naturais que passam a fazer parte de nosso vocabulário.
Porém, há algo a se destacar aqui. Se parar para analisar, perceberá que de algumas gerações para cá esse tipo de palavreado tem se tornado cada vez mais aceito.
Calma, palavrão continua sendo palavrão. Não há previsão para que isso mude. Mas, é bem provável que quase ninguém te olhe surpreso quando você mandar o seu celular tomar naquele lugar durante uma ligação.
Imagine só.
Se você acordar para beber água durante a noite e bater o seu dedo mindinho do pé na quina da escrivaninha, qual será a sua reação?
Possivelmente aquelas três palavrinhas mágicas.
Mas, por que será que parece tão prazeroso dizer palavrões?

Acredite, a ciência explica isso. Alguns pesquisadores ao redor do mundo têm realizado estudos em busca de entender o que esses termos supostamente proibidos causam no cérebro. Diante disso, tem se descoberto que não existe uma mudança significativa entre aquelas crianças que repetem o que ouvem como uma afronta e nós que gritamos a palavra mais feia que conhecemos em momentos de raiva.
A verdade é que os palavrões, apesar de disseminados, permanecem sendo um tabu para a sociedade. A quebra desses limites desencadeia a ativação de determinadas áreas específicas do cérebro que acabam produzindo uma sensação de prazer.
Enquanto palavrão soar como palavrão, você provavelmente naturalmente se divertirá ao dizê-los.
De onde surgiram os palavrões?

Agora sim, aquela pergunta que não quer calar. Como começamos a usar palavrões? Conforme vimos anteriormente, se você pensar bem perceberá que quase todos os palavrões são apenas algumas palavras qualquer aplicadas em um novo contexto.
Por exemplo, viado é o termo para descrever uma espécie de animais. A palavra cú, geralmente usada como pejorativa é apenas o nome popular de uma região do corpo humano. Se algo de ruim te acontece, você diz merda, que não passa do nome popular para fezes.
A verdade é que não existem estudos capazes de datarem ou determinarem o surgimento dos palavrões. Eles foram surgindo em meio aos mais diversos idiomas e aos poucos se popularizaram. Além disso, eles vão mudando de tempos em tempos, é bem provável que o seu avô ou avó conheça palavrões que para você já não fazem o mínimo sentido.
O surgimento desses termos tem muito a ver com as polêmicas de determinada época, algumas palavras acabam se tornando mistificadas e se popularizando como metáfora.
“Puta”
Este termo vem do latim “putta” que significa menina. Até hoje não se sabe bem explicar como o seu sentido pejorativo surgiu, mas esta palavra é usada como xingamento no português, no espanhol e também no italiano.
“Porra”
Porra é o nome de uma arma de guerra medieval que, por seu formato, acabou sendo associada ao genital masculino e com o tempo, ao esperma.
“Caralho”
Este nome era usado para se referir aos mais altos mastros da caravelas, para onde os marinheiros que precisam ser castigados eram enviados.
“Boceta”
Do latim “caixa de buxo”, que é na verdade uma árvore, este termo acabou passando a servir de referência para a genital feminina, se tornando um dos palavrões mais populares da língua.
Esse são apenas alguns exemplos dentre os mais populares termos pejorativos. Similarmente a esses, os demais nasceram a partir de nomes qualquer, geralmente de significado não relacionado. Diante disso, podemos afirmar que, de alguma forma, grande parte dos palavrões surgiram de metáforas.