As chuteiras são equipamentos indispensáveis para os jogadores de futebol de campo, não importa o país. Aliás, usar a chuteira não é exclusivo dos boleiros, não. Muitos outros atletas a usam como parte do material esportivo essencial para o bom desempenho.
A função das chuteiras não é única, ela pode variar de acordo com cada esporte, mas no final a verdade mesmo é que elas ajudam e muito o atleta a dar o seu melhor. Porém, a chuteira como você conhece hoje é bem diferente de como foi criada, e podemos dizer que muito mais pesada. Mas vamos ficar a par dessa história de evolução e revolução, porque é bem interessante. Olha só!
As primeiras
No começo pouca atenção era dada às nossas camaradas, pois elas tinham uma função simples: proteger os pés dos jogadores. E só. Nada de conforto, peso controlado, travas sob medida e esses detalhes que vemos hoje em dia. As chuteiras raízes eram feitas de puro couro, com proteção de metal. Igual aquela botina com bico de ferro de trabalhadores de usinas.
Pois é, para os jogadores antigos usarem calçados assim é porque a coisa era séria mesmo, Pepe e Felipe Melo passariam mal. Imagine.
Essas primeiras chuteiras foram desenvolvidas a pedido da monarquia inglesa por volta de 1500, durante o reinado do rei Henrique VIII. O rei gostava dos esportes como críquete e mais alguns outros, pois o futebol ainda não fora inventado.
Passado algum tempo, foram “modernizando” a chuteira, colocando PREGOS onde hoje vemos as travas. Que doideira. Elas ainda possuíam cano alto com couro endurecido e pesavam quase 700 gramas, e quando chovia passava de 1 kg. Não reclame do gramado encharcado, viu!
Evolução considerável
Quando essa evolução aconteceu? Ah, meu amigo, isso só foi ocorrer lá em 1954, depois da Segunda Guerra Mundial. Claro que já nessa altura do campeonato ninguém jogava mais com bicos de ferro e pregos na sola. Mas a tecnologia só atingiu, de fato, as chuteiras graças a uma briga entre irmãos, os quais vocês devem conhecer muito bem.
Os alemães Rudolf e Adolf Dassler eram dois irmãos apaixonados por esportes e criadores de uma marca de calçados esportivos. Juntos eles trabalhavam para alcançar o melhor resultado. Estavam juntos na década de 20, com sua marca Dassler Brothers Sport Shoe Company, nome comprido para o que se tornaria hoje.
Enquanto Adolf era a mente pensante que planejava e criava os modelos, Rudolph era responsável por vendê-los. Na guerra eles se juntaram ao partido nazista de Hitler, contudo, foram capazes de convencer o americano Jesse Owens a usar um dos seus sapatos nas Olimpíadas. Jesse ganhou 4 medalhas de ouro na ocasião, levando a marca dos irmão a outro patamar.
Passada a guerra, controvérsias e desavenças entre eles e suas esposas que não se davam causaram o fim da sociedade. Cada um para um lado com sua parte da empresa e vida nova.
Assim como Adolf, Rudolph continuou no ramo de calçados esportivos; Adolf criou sua marca, a Adidas, junção do nome Adi com o sobrenome Das. Rudolph lançou a marca Ruda, que também continha suas iniciais. Porém mais tarde ele viria a mudar para Puma, que segundo ele soava mais atlético.
Com os irmãos no topo da corrida para o desenvolvimento das chuteiras mais tecnológicas a coisa começou a fluir bem mais rápido. Logo a chuteira não tinha mais o cano alto, dando mais liberdade ao atleta. Junto vieram os concorrentes: Joma, Mitre e a Asics.
Lançamentos
Em 1954 a Adidas lançou o modelo com couro de canguru e inaugurando suas 3 faixas clássicas, as quais ficariam até hoje mantendo a marca. A chuteira calçou a seleção alemã no título da Copa de 1954, na Suíça.
Inclusive a chuteira usada em todos os jogos, sem exceção, pelo meia Toni Kroos, é uma réplica desse modelo clássico. Que convenhamos, é linda demais.
Mas a Puma não ficou para trás, em 1970 ela lançou o primeiro modelo personalizado: a Puma King. O nome não era atoa, ela vinha acompanhada do garoto propaganda mais cobiçado do futebol mundial: O Rei Pelé.
Tornou-se um clássico; bem mais leve que a concorrente, feita de materiais sintéticos e usada por outros grandes craques da época como Eusébio, Johan Cruyff e o grande Maradona.
Já nos anos 90 a gigante atual, a Nike, entrou no mercado esportivo. E como sabemos a Nike não brinca em serviço, a distribuidora de material esportivo chegou chegando sendo considerada atualmente a líder mundial. 1990 também ficou marcado pelo lançamento da chuteira Predator da Adidas, um mito.
Hoje as chuteiras voltaram a ter cano alto mas não pesam nem 100 gramas, alguma sequer possuem cadarços. Feitas para dar conforto e ajudar no “tapa” de classe do jogador, cada um tem a sua predileta. Cristiano Ronaldo é patrocinado pela Nike, Messi pela Adidas, Marco Reus pela Puma e por aí vai.
Todas as marcas se empenham ao máximo para fazer o melhor trabalho para que o atleta desempenho o seu melhor dentro de campo.