Nossa querida bola de futebol tem muito mais historia do que você possa imaginar, ela já passou por grandes tempos e viu muita coisa. Reconhecido pela FIFA como os inventores do futebol, os chineses se orgulham de ter apresentado ao mundo um novo esporte. Para eles, até então, o futebol era praticado apenas por nobres, dentro dos seus castelos. Mas logo se popularizou e se espalhou por todo o mundo.
O futebol como conhecemos hoje foi reinventado pelos ingleses no século XIX, logo depois foi trazido ao Brasil, onde se popularizou rapidamente. O reflexo disso são nossas 5 Copas do Mundo, o maior vencedor.
Enfim, as bolas que são usadas em competições e até as que compramos para brincar são resultados de muitos séculos de evolução e pesquisas. Vamos descobrir quem foi o responsável por tudo isso e como a redonda veio para dentro das nossas casas.
A história da bola
A bola de futebol como conhecemos hoje não é exatamente como a sua origem. As primeiras bolas foram inventadas pelos chineses em meados do século IV a.C. Reza a lenda que o objeto esportivo foi criado graças ao um dos governantes da antiga China, Fu-Hi. Ele era um grande inventor e para fazer a bola, o governante chinês usou raízes duras, que juntas formavam um objeto esférico. Ele apresentou a bola ao povo e logo caiu nas graças.
Essa foi a primeira bola registrada da história, mas não foi a fundação do futebol, que viria mais tarde. Com a bola feita de raízes, os povos antigos apenas ficavam passando-a de uma mão para outra. Porque imagine só como seria chutar uma bola feita com raízes, deveria machucar.
Outra lenda muito antiga sobre a bola também envolve os chineses. Dizem que o futebol nasceu após as grandes batalhas; os soldados decapitavam os inimigos e chutavam as suas cabeças, passando de um para o outro. Loucura, não é mesmo?
Cuju: o futebol raiz
Deixemos de lado a história da bola para falarmos sobre a origem do futebol na China.
Cuju ou Tsu´Chu, o que seria em português “chutar a bola” foi um jogo criado pelo imperador Han Wu Di, entre 206 a.C e 220 d.C. O jogo consistia em 12 pessoas, uma bola e uma rede. Os competidores deveriam acertar a rede com a bola. Na época o esporte for criado para treinar soldados, melhorando seu desempenho físico, mas logo depois o Cuju foi parar no povo.
No Cuju, os jogadores não podiam pegar bola com as mão em nenhuma hipótese, apenas pernas peito, cabeça e pés. O futebol como conhecemos, foi reinventado pelos ingleses no século 19.
A bola feita de raízes foi substituída por uma preenchida por penas, ficando muito tempo sendo usada. Quando em 618 e 907, a bola com penas foi substituída por uma inflada. Com o passar dos anos o Cuju foi sendo cada vez mais praticado, até que na Dinastia Mongol ele deixou de ser o principal esporte, dando lugar a outros. Em pouco tempo o Cuju desapareceu das vidas dos chineses.
O ex-presidente da FIFA Joseph Blatter disse que o Cuju tem forte influência na criação do esporte mais famoso do mundo. Ele declarou que o futebol originou-se na China, sendo transferido para o Egito logo em seguida. Depois chegou à Grécia e Roma. Foram evoluindo até chegar no Reino Unido, onde ele foi tão bem aceito que as pessoas colocaram novas regras.
Novas bolas
Com a popularização do esporte, os ingleses precisavam aperfeiçoar o equipamento. Foi aí que passaram a investir e pesquisar novas maneiras de deixar a bola de futebol mais leve.
A primeira bola, foi feita em 1863. Era marrom com cordões, feita de couro. Bem antiga e pesada, esta bola, apesar de sofrer muitas evoluções, ainda não estava perfeita. O grande problema dela, além do duro cordão que machucava os atletas, era quando chovia: o couro absorvia muita água e ficava até 5 vezes mais pesada.
Em 1838 Charles Goodyear descobriu uma funcionalidade para o uso da borracha, através da vulcanização. Com a descoberta, essas tecnologias puderam ser aplicadas nas bolas, mas isso demorou um pouco. A borracha iria deixar a bola de futebol mais leve e impermeável.
Copas
Na primeira Copa do Mundo, houve divergência sobre qual bola usar. O motivo? Bom, os protagonistas da grande final eram Argentina e Uruguai, contudo, nesta época, cada seleção estava treinando e jogando com seus modelos específicos de bola.
Os hermanos jogavam com a bola modelo Tiento, e a equipe celeste usava o a bola Modelo-T. Os argentinos alegavam que a bola deles era menor e mais leve que dos uruguaios, o que era verdade. Mas a diferença de tamanho era tão pequena que era imperceptível. Mas mesmo assim eles continuaram a debater e chegaram a um veredito: A final da Copa de 1930 foi disputada com as duas bolas. Como isso? Cada tempo seria usada uma bola.
E a história é bem bacana: No primeiro tempo, com a bola argentina, os hermanos venceram por 2 a 1. Já no segundo tempo da partida, o Uruguai venceu por 3 a 2. No fim, o Uruguai sagrou-se como o primeiro campeão mundial.
Porém, ainda na Copa do Mundo de 1958, a bola ainda era feita de couro, mas esta já não tinha mais os cordões. Ela continuava absorvendo água e ficando muito pesada. No final dos anos 60, indo para 1970, as bolas finalmente receberam a impermeabilidade e mais borracha. Assim, não ficariam pesadas e quicariam mais.
Nos anos 80 a bola deixou de ser fabricada com couro animal para ser feita inteira com material sintético. Com isso, as bolas não ficavam deformadas com os chutes e passaram a durar bem mais do que o habitual.
Poliuretano
A fabricação atual conta com os polímeros. Este usado para deixar a bola de futebol mais leve, junto com o látex. A introdução do poliuretano aconteceu no ano de 1994, ano em que o Brasil foi campeão mundial para cima da Itália.
Já em 2004 uma grande evolução para as bolas aconteceu: elas passaram a receber uma ligação térmica na região das costuras, deixando-as ainda mais leves e 100% impermeáveis. A nova tecnologia foi usada na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006.
Isso ocorreu depois de muitas pesquisas e estudos feitos pelo Sports Technology Research Group da Wolfson School of Mechanical and Manufacturing Engineering na Universidade de Loughborough.
Os pesquisadores colocaram lado a lado os modelos novos “sem costuras” e os mais tradicional. O resultado foi óbvio, as bolas passaram a serem feitas de uma única maneira, ao menos em competições oficiais.
A Adidas, fornecedora do material esportivo das Copas do Mundo e UEFA Champions League, passou a usar as bolas sem a costura em todas suas competições, caindo na graça do povo. Se hoje temos uma bola ultratecnológica, devemos muito aos chineses com sua bola de raiz e aos ingleses que se empenharam e levaram a sério esse esporte apaixonante.
