A Peste Negra foi a causa da maior pandemia já descrita na história da humanidade. O número de mortos ultrapassa 100 milhões de pessoas, dentre esses, um terço da população Européia.
De acordo com os relatos históricos, tudo começou nas regiões áridas da Ásia e acabou se espalhando rapidamente pela rota da seda. O auge da peste negra marcou o período entre 1346 e 1353, mas a patologia continuou aparecendo de forma intermitente até o início do século XIX.
A doença impactou o mundo e entrou para a história. Até hoje se ouve falar na terrível peste negra. Porém, a pergunta que não quer calar é: Será que esta temível enfermidade pode renascer nos dias atuais?
O que foi a Peste Negra?
A peste negra é uma doença causada pela bactéria Yersinia pestis, transmitida a humanos principalmente através de pulgas de roedores.
Aparentemente a contaminação se iniciou na China. Acredita-se que infecção tenha partido da região sul do Himalaia e através de expedições e caravelas tenha chegado até a Europa.
Com os problemas de higiene naquele período, a falta de saneamento básico, não era incomum o aparecimento de roedores mesmo nas maiores cidades. Foi nesses lugares onde tudo começou a se tornar sério, já que o aglomerado de pessoas era grande e a disseminação ocorria rapidamente.
Logoa doença foi se tornando mais grave, sendo transmitida por gotículas de saliva de pessoas infectadas. A realidade naquela época era bem diferente da que estamos habituados hoje em dia. Não havia um fluxo constante e veloz de informação, as pessoas transmitiam a doença e muitas vezes não faziam ideia disso.
Grande parte da população associou a doença a ira de Deus, fortalecendo assim a influência religiosa naquele período.
Além deste, outro fator foi influenciado pela pandemia. Após o fim da pandemia o que sobrou daquela sociedade devastada fez questão de cuidar melhor de suas cidades, desenvolvendo assim recursos de saneamento básico mais avançados.
Sintomas
Está é uma doença grave, e seus sintomas são sérios, não foi a toa que tantas pessoas morreram. Dentre eles tem-se calafrios, febres altíssimas, delírios, perda da coordenação, aumento do fígado e do baço e arritmias cardíacas.
O sinal mais significativo de todos e o responsável pelo nome popular da patologia é a necrose. Este é o nome dado para a morte dos tecidos vivos, gerando uma zona escura e putrefata.
Recorrência
A doença desaparecia levando inúmeras vidas, enquanto os que sobreviviam se tornavam imunes a ela. Porém bastava surgir uma nova geração vulnerável para que o processo de iniciasse. Isso aconteceu de tempos em tempos de uma maneira frequente e repetitiva até o início do século XIX.
Nada comparado a primeira pandemia aconteceu desde então. Isso se deve principalmente ao desaparecimento de alguns genes que tornavam os indivíduos mais suscetíveis. Provavelmente tal feito corresponde a uma espécie de seleção natural.
A Peste Negra poderia voltar nos dias de hoje?
Diante do quadro apresentado acima, esta questão é um verdadeiro e real motivo de preocupação. Com a facilidade que temos hoje em dia de partir de um continente a outro, é bem provável de que se algo assim surgisse, se espalharia rapidamente por todo o mundo. Mesmo com as novas tecnologias, esta é uma doença veloz, se não descobríssemos uma forma de contê-la rapidamente, muitas vidas poderiam acabar se perdendo.
Além do mais, se os aglomerados daquela época cooperavam para a propagação, imagina o que viveríamos hoje? A população mundial cresceu absurdamente.
Estamos constantemente entrando em locais fechados refrigerados por ar condicionados, esperando em meio a filas gigantescas, moramos um em cima do outro, o número de pessoas contaminada por minuto poderia ser brutal.
Por isso, vez ou outra você encontrará alguém preocupado com o retorno da peste negra.
Ainda estamos em risco
A verdade é que essa bactéria pode sim voltar a infectar humanos. Não só pode, como sua presença já foi detectada em alguns roedores nos últimos anos. Em 2017 por exemplo, estudiosos comprovaram a infecção por esta doença no organismos de várias pulgas comuns no Arizona, Estados Unidos.
Apesar de isso ser sempre alarmante, com o conhecimento do risco de uma nova epidemia, os pesquisadores já desenvolveram boas formas de tratamento, sendo capazes de combater a infecção ainda em seu estágio inicial.
Ainda assim, em Madagascar, onde também foi constatada a presença da doença. 300 pessoas foram infectadas e dessas, 70 acabaram perdendo a vida pela peste negra. Isso há pouquíssimo tempo.
Mesmo que a peste ainda seja uma realidade para nós e que precise ser combatida de todas as formas possíveis. Graças aos estudos preventivos, dificilmente algo como aquela pandemia histórica voltará a acontecer.
Mas, é imprescindível que permaneçamos sempre atentos e que exijamos saneamento básico das autoridades. Pois como vimos também, se perdemos o controle, a situação poderá ser ainda pior.