Você consegue imaginar o que seria de nós se o petróleo chegasse ao fim? Sem dúvidas muitas coisas mudariam, nós simplesmente não estamos preparados para viver sem o tão querido ouro negro.
O consumo de petróleo vem aumentando significativamente ao longo dos últimos anos. Em 30 anos os Estados Unidos triplicaram o seu consumo, alcançado a média de 25 milhões de barris diariamente. Esse crescimento é visto nas diversas regiões do globo e tende a continuar a se repetir nos anos que virão.
Diante de um quadro como esse, cabe bem a pergunta: Quanto de petróleo existe no planeta?
Muitos pesquisadores fazem previsões de que daqui no máximo 50 anos o petróleo acabará se tornando raro, e, portanto, caríssimo. O acesso será extremamente restrito e teremos que nos virar para aprender a viver sem ele.

Mas, será mesmo que um dia essa riqueza chegará ao fim? E se chegar, o que será se nós?
As maiores reservas de petróleo do mundo
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), as maiores reservas do mundo pertencem a Venezuela (303,2 bilhões), a Arábia Saudita (266,2 bilhões) e ao Canadá (168,9 bilhões). O Brasil se encontra na décima quinta posição, com 12,8 bilhões de barris.
Conforme apontado pelo gráfico da IBP a reserva mundial gira em torno de 1.696,6 bilhões de barris.
Não se sabe exatamente o quanto de petróleo esses países realmente possuem.
Entre 2005 e 2014, a Venezuela pulou de 80 para 300 bilhões de barris. Tal fato demonstra que, na verdade, o que ocorreu não foi uma nova descoberta, e sim uma transferência de recursos não extraídos para reservas comprovadas, graças a grande valorização desta matéria durante este período.
A Arábia Saudita por exemplo, é um grande mistério. Desde 1982 o país parou de permitir que seus dados em relação à gás e petróleo fossem divulgados. Em 1988 o seu estoque era estimado em 90 bilhões de barris. Dois anos depois, acreditava-se que os asiáticos possuíam uma reserva de 260 bilhões, um crescimento absurdo para um período de tempo tão curto.
Décadas depois, estima-se uma reserva de 266,2 bilhões. O que explicaria esse crescimento tão grande em 2 anos e essa estagnação em 30?
E não é só isso, 100 bilhões de barris de petróleo foram produzidos pela Arábia Saudita entre 1990 e 2017. Como suas reservas puderam permanecer inalteradas?
Esses exemplos demonstram que por mais que tentemos chegar a um valor, jamais poderemos afirmar uma quantidade real, já que é quase impossível prescrever a reserva de todos países.
Além disso, a produção de petróleo é amplamente controlada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O objetivo é manter a valorização do petróleo através do controle de oferta. 70% dos países produtores fazem parte da organização.
O petróleo vai acabar?

Essa sim é a pergunta que não quer calar. Sabemos a importância do petróleo em nosso dia a dia, ele está em nossos carros, nos plásticos, no asfalto, nos produtos de limpeza e até mesmo em medicamentos. Verdadeiramente ainda não temos substituí-lo em tudo.
Conforme vimos, temos uma gigantesca reserva de petróleo mensurada e possivelmente uma boa parte que ainda não veio a tona.
Temos ainda regiões ricas e inexploradas como o Afeganistão que possui cerca de 120 bilhões de barris comprovados e intocados até então. Estima-se que na região da Sibéria haja 400 bilhões de barris ainda inexplorados por falta de tecnologia.
E não é só isso, o mar da índia, a Antártida, a Amazônia, e o pacífico norte e sul são exemplos de regiões fortemente propensas ao desenvolvimento de petróleo.
Porém, em contraponto a tudo isso, o consumo desta matéria prima tem aumentado a cada ano. O seu crescimento em 2018 foi o maior da história. Mesmo com a chegada das energias renováveis, continuamos gastando cada vez mais petróleo.
Apesar das previsões de 40 e 50 anos para o fim do petróleo, ao que tudo indica, ele permanecerá entre nós por um bom período de tempo.
A verdadeira questão aqui, não é uma quantidade limitada de petróleo, mas se nosso planeta resistirá a queima exacerbada desse material, liberando gases tóxicos em quantidades cada vez mais altas.
Em 1981 o Jornal Estadão anunciou o resultado de pesquisas que afirmavam que o petróleo acabaria em 2011. O que obviamente não aconteceu. Da mesma forma provavelmente acontecerá com a previsão atual.
É bem provável que tenhamos petróleo para os próximos dois séculos e que, quando ele chegar ao fim, já tenhamos aprendido a nos virar sem ele.