Você com certeza já ouviu falar em hidrocefalia, mas dificilmente conheceu algum caso da doenças em animais. Apesar de sempre associarmos a hidrocefalia a bebês humanos, essa patologia também afeta adultos e até mesmo outras espécies.
Os animais podem, assim como nós, nascer com hidrocefalia ou mesmo desenvolvê-la ao longo do tempo. Algumas espécies, como é o caso das raças pequenas de cachorros, são mais propícias a apresentar esse tipo de problema.
Vamos entender melhor como essa doença se desenvolve em animais e como identificá-la, além é claro de falarmos sobre o tratamento e o prognóstico.
O que é Hidrocefalia?
Para começar, vamos entender melhor a fisiopatologia da doença, como ela ocorre e o que ela acarreta. Suas características fisiopatológicas são similares em humanos e em outras espécies.
Chama-se hidrocefalia o acúmulo em excesso do líquido cefalorraquidiano (LCR) nas regiões ventriculares do cérebro. Essa substância, também conhecida como líquor, desempenha função de proteção sobre o cérebro e a medula espinhal.
A principal função do LCR é proteger o sistema nervoso animal contra fortes impactos, impedidos o surgimento de danos a essas estruturas tão importantes.
Em casos de hidrocefalia, existe algum distúrbio envolvendo a produção deste líquido ou a sua absorção através da corrente sanguínea.
Causas da hidrocefalia em animais
Alguns animais nascem com hidrocefalia por defeitos congênitos. Nesses casos o problema aparecerá bem cedo e geralmente apresentará piora rapidamente. Os primeiros sintomas aparecem ainda nos primeiros meses de vida do filhote. Em breve você saberá tudo sobre os sinais desta doença.
Existem também outras causas tardias que explicam o aparecimento deste distúrbio, dentre elas:
- Infecções
- Traumas
- Quedas
- Pancadas na cabeça
- Tumores no Sistema Nervoso Central
- Neoplasias
- Granulomas
- Abscesso
- Inflamação nos ventrículos
- Hemorragia intraventricular
Na maioria dos casos o acúmulo excessivo do líquido cefalorraquidiano acontece por algum tipo de obstrução, que impede que o excesso dessa substância seja absorvido pela corrente sanguínea.
Entretanto, também existem alguns casos, como por exemplo as inflamações do ventrículo e a hemorragia intraventricular, que provocam esse acúmulo devido a um aumento significativo na produção do líquor.
Sintomas da hidrocefalia em animais
No que se trata do seu pet, quanto antes você reconhecer os sintomas melhor será o prognóstico do seu amiguinho, por isso é importante que se fique sempre atento aos possíveis sinais da hidrocefalia.
Dentre eles tem-se:
- Dilatação da cabeça
- Inclinação da cabeça
- Estado Mental alterado
- Vocalização
- Hiperexcitabilidade ou apatia extrema
- Olhos esbugalhados
- Deficiência visual
- Convulsões
- Movimentos anormais dos olhos
- Dificuldades para andar
Todos os sintomas são causados pelo aumento excessivo na quantidade de líquor no cérebro. Esse acúmulo acaba pressionando as diversas regiões do encéfalo do animal, o que explica o surgimento dos sintomas .
Naturalmente, esses sintomas podem ser indicativos de outros tipos de problemas, ainda mais se surgirem unicamente um ou outro. Porém, caso identifique algum deles em seu pet, saiba que é hora de fazer uma visitinha ao veterinário.
Diagnóstico
O aparecimento dos sintomas é o primeiro sinal de que você precisa se preocupar. No caso dos cães da raça Pinscher, Chihuahua, Maltes, Lhasa Apso, Shi Tsu, a primeira suspeita será hidrocefalia, já que esses animais são mais predispostos à doença.
De qualquer forma, o diagnóstico deve ser feito pelo médico veterinário, que é também a pessoa adequada para determinar e conduzir o tratamento.
Durante a consulta o especialista analisará a conformação da cabeça do animal. Caso alguma alteração seja identificada, deverá ser realizado o exame de ultrassom e o raio X do crânio, além de tomografia, que é necessária em determinadas ocasiões.
Para fechar o diagnóstico, o veterinário avaliará as imagens em busca de confirmar suas suspeitas. Com o fim realizar um exame mais completo, deve ser feita uma avaliação neurológica do pet, tendo em vista que a compressão das estruturas cerebrais pelo excesso de líquido produz sintomas característicos.
Tratamento e Prognóstico
No caso dos animais, pode-se optar pelo tratamento medicamentoso ou pelo procedimento cirúrgico a depender da gravidade da situação.
Os fármacos utilizados para os casos mais brandos geralmente são a prednisona e a acetazolamida.
O procedimento cirúrgico consiste na instalação de um sistema de drenagem por sonda, algo similar ao que é feito em humanos.
Quanto mais cedo o diagnóstico for realizado e mais precocemente o tratamento for iniciado, melhor o prognóstico.
Em muitos casos os animais respondem bem ao tratamento, porém, Infelizmente os casos mais graves de hidrocefalia congênita geralmente levam a morte.