Você já parou para pensar no que é um transplante de coração? Hoje em dia muitas pessoas vivem boa parte de sua vida sendo sustentadas por um coração que na verdade não é seu. Um órgão que pertenceu a alguém que já partiu desta para melhor, como dizem por aí.
A substituição de órgãos, apesar de ter evoluído muito ao longo das últimas décadas não é algo tão simples assim, ainda mais quando se trata do coração.
O coração é vital para nossa sobrevivência, é ele quem bombeia sangue levando oxigênio a todas as partes do nosso corpo. Ele é responsável por sustentar todos os demais órgãos em funcionamento. Alguns instantes de parada cardíaca e várias de nossas funções podem ser afetadas.
Você faz ideia de como funciona um transplante de coração? Vamos entender um pouco mais a respeito disso.
Para quem o transplante de coração é indicado?
Primeiramente, antes mesmo de compreendermos como funciona todo este processo e quais são seus benefícios e riscos, descobriremos para quais casos este tratamento é indicado.
O primeiro transplante de coração da história foi realizado em 1967 na África do Sul. Para isso houve a participação de uma equipe de mais de 20 cirurgiões. O paciente, Louis Washkansky, era vítima de um grave acidente que prejudicou a funcionalidade de seu órgão.
Este é apenas um exemplo de caso onde o transplante é indicado, quando ocorre algum traumatismo que compromete o órgão.
Porém, a verdade é que a maioria dos pacientes transplantados apresentam alguma doença cardíaca crônica grave. Para entrar para lista é necessário que não haja nenhum outro tratamento eficaz, ou seja, a vida daquele indivíduo encontra-se na linha de risco.
Grande parte dessas cirurgias se relacionam a cardiomiopatia dilatada. O restante dos casos geralmente tem a ver com algum tipo de patologia envolvendo as artérias coronárias.
Como funciona o transplante de coração?
Parece inacreditável que alguém possa viver por anos sendo sustentado por um coração de um terceiro, mas isso já é uma realidade há algum tempo. A cirurgia de transplante deste órgão é um procedimento muito delicado, devendo ser realizada por um médico experiente e especialista.
Cerca de 90% das pessoas que passam pela cirurgia voltam a desempenhar suas atividades regularmente, podendo até praticar exercícios físicos, o que antes do transplante era impossível para a maioria dos casos. Aproximadamente 70% dos pacientes transplantados retornam à vida normal, inclusive conseguem retornar para seus trabalhos.
Para que o procedimento seja aprovado é necessário que três fatores básicos sejam comprovados. O primeiro deles é a morte cerebral do doador. Este paciente, que já não é mais capaz de recuperar suas funções, poderá então dispor, através de sua família, seus órgãos para os indivíduos na fila de espera.
Além disso, o receptor precisa ser avaliado. Geralmente esta é uma fase anterior àquela citada acima. O indivíduo que possui algum problema cardíaco é avaliado e entra para a lista, assumindo uma posição correspondente a gravidade de sua patologia.
Deste modo, para que ocorra o transplante passaremos então pelo terceiro fator. É a hora de escolher quem receberá o coração doado. Diante disso é avaliada a compatibilidade entre o paciente com morte cerebral e os integrantes da lista de espera. Àquele que for compatível e estiver como prioridade é quem passará pela cirurgia.
A cirurgia
Entenda a cirurgia como algo duplicado, afinal em uma sala o coração será retirado, enquanto em outro ele será inserido no paciente. A primeira ocorre necessariamente alguns minutos antes. Isso porque no momento em que o receptor tiver seu peito aberto o órgão já deverá está preparado.
Os indivíduos terão seu peito cortado ao meio e o seu esterno, osso no qual se fixam as costelas, será serrado. Desta forma o médico conseguirá ter acesso ao coração.
No caso do doador o órgão será apenas desligado de seu corpo e levado para ser preparado. O receptor terá suas veias ligadas a uma máquina de forma que seu sangue continue circulando durante aqueles momentos se transferência do órgão.
Rapidamente o novo coração é inserido na cavidade torácica e os vasos são novamente religados. Assim o sangue passa a ser bombeado a partir do próprio corpo.
A finalização você já pode imaginar, tudo é realocado, o estorno volta para sua posição original e o paciente é então suturado.
Riscos
Geralmente o indivíduo permanece internado por aproximadamente um mês para que sejam feitas as prevenções e as avaliações dos riscos envolvendo o transplante. Em especial a respeito da rejeição, que é um dos problemas mais comuns nesses casos.
Além da rejeição, dois outros fatores podem acometer gravemente esses paciente, as infecções e a arteriosclerose. No primeiro caso tem relação com os medicamentos imunossupressores usados para evitar respostas imunes que podem rejeitar o novo órgão. A arteriosclerose seria o entupimento das veias, este é um problema que acomete cerca de 25% dos transplantados.
O transplante de coração é uma cirurgia de risco. Apesar disso reflete um grande avanço na ciência médica, sendo a única opção para salvar a vida de muitos pacientes.