Você provavelmente já ouviu falar em criogenia, mas será que sabe mesmo do que se trata? Geralmente sempre que se fala em criogenia pensa-se imediatamente em uma pessoa, ou outro ser vivo, sendo congelado para sobreviver a algo.
O que poucos sabem é que isso na verdade não é criogenia, e sim criônica. Como assim? Você sabe qual a diferença? Já havia ouvido falar desse conceito antes?
Neste artigo esclarecemos tudo o que você precisa saber sobre a criogenia, especialmente sobre a diferença entre esse ramo da ciência e a criônica.
Entenda a Criogenia
A criogenia é uma área do conhecimento que estuda formas de se alcançar uma temperatura extremamente baixa, sendo então realizada análise de comportamento de elementos e materiais nessas condições.
Essa ciência é fruto da evolução dos estudos e das tecnologias termodinâmicas. O princípio de James Dewar demonstrado em 1982, quando o cientista criou um frasco capaz de armazenar líquido criogênicos por longos períodos, foi um dos marcos mais importantes dessa história.
Atualmente trabalha-se com ciclos de refrigeração, materiais isolantes térmicos, além das máquinas de refrigeração.
Os estudos da criogenia são desenvolvidos a uma temperatura inferior a -150 graus celsius. Sendo acompanhados por uma equipe bastante variada, incluindo físicos, químicos, biólogos, engenheiros aeroespaciais e profissionais da área da saúde.
Se engana quem pensa que a finalidade da Criogenia é tornar a vida humana eterna. O objetivo dessa ciência é apenas alcançar baixas temperaturas. Para assim avaliar o que acontece de diferente com elementos já conhecidos quando nessas condições.
A ideia de prolongar a vida através do congelamento é responsabilidade da criônica.
Criogenia não é Criônica
Ficou surpreso em descobrir a diferença? Não se preocupe, muitas pessoas fazem a mesma confusão. A verdade é que de certa forma, a criônica depende da criogenia. Vamos falar mais sobre isso.
A ideia da criônica é congelar cadáveres por longos anos, até que se encontre uma cura para a enfermidade que causou a sua morte. Sendo assim, o indivíduo seria descongelado e então ressuscitado, voltando a vida em um período distante de seu tempo.
Vai dizer que não achou a solução fantástica?
Desafios
Parece coisa da ficção, mas estamos mais perto disso do que poderíamos imaginar. A grande dificuldade tem sido o processo de ressurreição dos corpos.
Ainda faltam tecnologias capazes de trazer os seres de volta a vida sem lhes causar nenhum prejuízo. Mas não é só isso.
Como você pode imaginar, o próprio congelamento acaba provocando diversos danos celulares que, em diversos casos, podem acabar se tornando irreversíveis. Quando congelados, os líquidos celulares aumentam de tamanho, o que acaba promovendo a quebra das células. Ainda não temos os conhecimentos necessários para resolver essas questões.
Alguns estudos de sucesso já foram realizados em óvulos fecundados. Aproximadamente 60% dos óvulos conseguiram vingar após serem descongelados, dando origem a um bebê saudável.
Porém, o desafio em um ser humano já desenvolvido é muito grande, pois cada tipo de célula exige uma substância protetora diferente, de maneira que nem todas elas foram inventadas até então.
Sem a criogenia provavelmente tal mecanismo jamais seria possível, já que depende dela tanto o alcance quanto a manutenção das temperaturas necessárias para manter um corpo ou objeto congelado por tanto tempo.
Agora que você já sabe o que é criogenia e conhece a diferença entre ela e a criônica, que tal falarmos de um caso real?
A seguir você conhecerá um caso onde os estudos de ambas as ciências se misturam, gerando uma possibilidade quase inacreditável de manutenção da vida.
A primeira pessoa a ser congelada
Não poderíamos terminar esse artigo sem apresentar a vocês o caso de Zhan Wenlian, a primeira mulher a ser congelada.
Zhan Wenlian de 49 anos foi vítima de um cancêr de um pulmão que a levou a óbito em maio de 2018.
O caso aconteceu na China. O viúvo Gui Junmin doou o corpo da esposa recém falecida com fim de retribuir a sociedade de alguma forma.
Zhan Wenlian foi submetida a um procedimento de imersão em 2 mil litros de nitrogênio líquido. Ela teve o seu corpo completamente congelado.
O projeto contou com a participação de diversas instituições, dentre elas hospitais chineses e uma fundação de criogenia norte americana.
Espera-se que daqui a alguns anos Zhan Wenlian seja trazida de volta à vida com saúde. Será? São cenas para os próximos capítulos.