Beijar é bem mais antigo do que você possa imaginar, existem desenhos em paredes de mais de 2.500 a.C que demonstram o afeto e intimidade envolvendo beijo entre os povos. Mas nem sempre foi assim, para chegar ao que é hoje, o beijo passou por problemas com a Igreja Cristã e quase foi abolido. Beijar na boca só se tornou hábito mesmo depois de muito tempo.
Segundo a ciência, o homem prefere mais os beijos longos e molhados, pois procura liberar mais testosterona. Além disso o beijo interfere diretamente no bem-estar, causando no cérebro uma sensação única. Ainda, uma pesquisa feita nos Estados Unidos, revelou que o beijo entre o casal libera a ocitocina, hormônio responsável por instigar a intimide entre a mãe e o bebê. Essas e muitas outras curiosidades você descobrirá agora. Bora lá!
A história do beijo
Os mais antigos e historiadores relatam que já havia afeto e o próprio beijo em 2.500 a.C. Os registros aparecem desenhados em paredes dos tempos de Khajuraho, na Índia, demonstrando que o beijo na boca sempre envolveu caricias e intimidade.
Contudo, a primeira evidência encontrada do beijo é de 1.500 a.C. Estava escrito nos textos sânscrito, também na Índia. No caso os povos não usavam a palavra “beijo”, mas sim denominações como “lamber os lábios”, “toque” e “beber o vapor dos seus lábios”.
Já no século III d.C, o famoso livro “Kama Sutra” dedicou um capitulo inteiro somente para falar sobre o beijo. Ele foi essencial para a descoberta a idade do beijo, trazendo várias referências históricas e geográficas. No “manual”, eram especificados 3 tipos de beijo:
- Nominal – Onde só poderia tocar a boca do seu amante com os lábios;
- Palpitante – Movimenta-se apenas o lábio inferior;
- Toque – A mulher era autorizada a passar a língua nos lábios do parceiro.
Até mesmo no Antigo Testamento aparecem relatos do beijo.
- Jacó engana seu pai e o beija: “Ora chega-te, e beija-me, filho meu. E chegou-se, e beijou-o; então cheirou o cheiro dos seus vestidos, e abençoou-o” – Gênesis 27:26-27.
- Segundo Salomão: “os teus lábios são como um fio de escarlata, e tua boca é formosa” – Ct 4.3;1.2.
Origem materna?
Ainda, segundo historiadores, o beijo pode ter tido origem oriunda da relação mãe e filho. Eles dizem que após a mãe dar de mamar para seu pequeno filho, após, ela mastigava comida e dava em sua boca, semelhante aos pássaros.
Isso é historicamente comprovado, já que em Nova Guiné e no sudoeste da África os povos tinham essa cultura. Porém, é certo que eles nunca se beijaram até a chegada dos europeus no continente.
Já os gregos beijavam-se em demonstração de repeito e para selar acordos. Se o cidadão possuísse a mesma casta, eles se beijavam na boca.
Na Idade Média, conta a história, que súditos do rei deveriam beijar seu anel, mãos, pés e até o chão. Nesta época o beijo na boca era uma espécie de “firmar um acordo“. O beijo selava o acordo entre o senhor feudal e o vassalo.
Beijo no Império Romano
Beijar era um cumprimento em Roma, eles faziam isso com todos, amigos e familiares. Os cidadãos beijavam a mão do Imperador e o povo beijava seus parceiros.
Os romanos dividiam o beijo em 3 categorias:
- Osculum – Beijo de amizades;
- Basium – Mais sensual, entre homem e a mulher;
- Savolium – Beijo profundo.
O poeta romano, Catulo, descreveu o beijo Savolium como “mais doce que o doce da ambrosia”. Enquanto que o outro poeta, Ovídio, definiu ele como “voluptuoso e vergonhoso”.
Bom, qualquer que seja o beijo, não agradou muito a igreja, que passou a perseguir os beijadores e proibiu o ato.
Beijo na religião
Não é novidade para nós que os antigos se beijavam, já que um dos beijos mais famosos da história da humanidade foi usado por Judas Iscariotes, para trair Jesus Cristo.
A partir do século IV, beijar começou a incomodar a Igreja, sendo acusado de “excesso de sensualidade”. Quem praticava o ato estaria cometendo um “pecado mortal”, pois este era responsável por espalhar doenças do corpo e da alma. Quando o Papa Inocêncio III, no século XII conseguiu proibir o beijo em atos religiosos e humanos.
“Beijo com objetivo de fornicação é pecado mortal, mesmo que a fornicação não se consume”.
Os cristãos, então, aderiram um beijo especifico, passaram a se cumprimentar com o osculum pacis, que é “o beijo sagrado”. Acredita-se que esse tipo de beijo era dado em familiares e membros da igreja, afim de estabelecer vínculos com a comunidade. Era como se fosse uma troca de espírito.
Em 1528 o beijo “osculum pacis” foi retirado das cerimônias religiosas. No século XIII, a Igreja Católica substitui apenas por um cumprimento.
Beijos da históra
À paz
Um dos beijos mais famosos do mundo é o que foi protagonizado pelo marinheiro George Mendonsa e a enfermeira Greta Zimmer Friedman. Os dois pombinhos, em um desfile na Avenida Times Square, em Nova York, deram um beijão, celebrando o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Esta é considerada uma das grandes fotografias e beijo de todos os tempos.
Primeiro beijo do cinema
O filme ‘O Beijo’, de 1896, foi filmado por Thomas Edison. Dura apenas 26 segundos, mas para a época, onde as pessoas nem sorriam para fotografia está ótimo. Foi protagonizado por John C. Rice e May irwin.
Primeiro beijo gay
O primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo registrado, rolou no filme Wings, de 1927, ganhando o Oscar de Melhor Filme. Buddy Rogers e Richard Arlen beijam-se ao se reencontrarem. É um beijo contido, mas para a época onde nada era permitido foi um grande passo para o cinema.
Primeiro beijo gay na TV brasileira
Exibido em 1990 pela TV Manchete, a minissérie “Mãe de Santo” transmitiu o primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo no Brasil.
Onde as pessoas não se beijam?
Hoje não há um lugar onde não se beije na boca, mas em algumas regiões do globo demorou para o costume pegar. Como por exemplo os indígenas, que só foram saber e entender o beijo na boca depois da chegada dos europeus.
No Japão as pessoas não podiam se beijar até a metade do século passado. Só quando o francês Auguste Rodin, expôs uma estátua em Tóquio. A mesma mostra duas pessoas se beijando, em 1924. Contudo, mesmo após muitos anos se passando, até hoje dificilmente você verá um japonês se beijando em público.
Beijo e a ciência
“O beijo é um ato que faz o indivíduo se lembrar inconscientemente da amamentação, um período de entrega total. Por isso, traz conforto e confiança”. Diz o sexólogo Amaury Mendes Júnior.
- Durante o beijo você movimenta 29 músculos, sendo 17 da língua;
- Os batimentos cardíacos aceleram, vão de 60 a 150, fazendo uma espécie de exercício pro coração;
- Um beijo caprichado gasta em média 12 calorias;
- O beijo estimula a liberação de hormônios que causam bem-estar.
Na troca de saliva, a boca é invadida por:
- Cerca de 250 bactérias;
- 9 miligramas de água;
- 18 de substâncias orgânicas;
- 7 decigramas de albumina;
- 711 miligramas de materiais gordurosos;
- 45 miligramas de sais minerais.