Você possivelmente já deve ter ouvido falar sobre a construção de Brasília. A capital brasileira é uma cidade planejada. Durante muito tempo foi considerada a cidade-sonho, e sua ideia nasceu muito antes da sua construção.
Os detalhes desta história toda envolvem discussões, ideias bem traçadas, milhares de candangos, mortes e dizem que, por trás de tudo isso, o que vamos encontrar é muita corrupção.
Você está prestes a conhecer tudo o que está por trás da cidade de Brasília que conhecemos, desde porque até como ela nasceu.
A ideia de Brasília

Brasília começou a ser construída em 1956, ano em que Juscelino Kubitschek assumiu a presidência do Brasil. Em abril de 1960, 4 anos depois, ela foi inaugurada ainda incompleta. Mas toda essa história começou muito antes disso.
A ideia de mudar a capital brasileira para o centro do país nasceu ainda no século XVIII e ficou plantada no coração das autoridades da época. No século seguinte, com a chegada da família real no Rio de Janeiro, o desejo de mudar a capital começou a florescer e através de um folheto o nome Brasília foi divulgado pela primeira vez.
Em 1891, a nova capital é inserida na Constituição do país, e apenas um ano depois a região do planalto já estava assinalada.
Mais de 50 anos se passaram até que tudo isso começasse a sair do papel. A subida de Juscelino foi também a de Brasília.
A Construção da Capital do Brasil

O presidente eleito em 1956 já propagava em sua campanha as promessas de tirar do papel os planos da nova capital. Segundo o então candidato e futuro presidente, existiam 3 motivos relevantes para que o Rio de Janeiro deixasse de ser a capital.
São eles:
- A Capital estaria em posição menos vulnerável em casos de guerras
- Ele afastaria os governantes do povo, reduzindo a pressão popular
- A mudança da capital causaria um movimento de ocupação em direção ao interior do país
Vamos ser honestos, ele estava bem certo não é mesmo? De certa forma, Brasília era uma ótima estratégia.
O Início das Obras
Diante de tudo isso, em 1956 foram iniciadas na região do planalto brasileiro as obras do que viria a ser a nova capital. Começou-se então a executar o plano urbanístico do francês Lúcio Costa, criado com orientação do arquiteto Oscar Niemeyer e com participação de Joaquim Cardozo.
Os nomes escolhidos para coordenar projeto foram determinados por meio de concurso público. Assim que o resultado foi divulgado, um mutirão já foi organizado pelo governo para a preparação de materiais e para mobilização de trabalhadores.
O presidente Juscelino Kubitschek foi a região e fez um discurso onde proclamou que aquele lugar seria o “cérebro das altas decisões nacionais”. Logo após isso o primeiro passo foi dado, a terraplanagem.
Desde o início, quando Lúcio traçou o famoso “Plano Piloto” a ideia não era que fosse uma simples cidade, mas o lugar deveria ser digno de uma capital, planejado com uma nobreza intencional. A ideia era que a cidade refletisse uma grande cruz.
Você deve está intrigado ao saber que o plano era uma cruz, mas essa é uma verdade que poucos sabem. Este era o formato original do projeto de Brasília, porém, devido algumas pequenas alterações causadas por causa do solo da região, a cidade acabou lembrando uma aeronave, o que deu ao seu projeto o nome “Plano Piloto”.

O Entorno de Brasília e a Movimentação Nacional
Você consegue imaginar como foi criar uma cidade inteira a partir do nada? Não haviam sequer estradas para levar os materiais necessários para as obras ou mesmo os mantimentos para os operários. Por isso, várias rodovias tiveram que ser construídas no mesmo período.
Brasília foi um grande desafio, o prazo para fim da obra era curto e não havia nada que cooperasse para que tudo pudesse andar rapidamente.
Para facilitar ainda mais o transporte, várias estradas já existente foram asfaltadas e a cada ano mais operários foram enviados.
O país vivia um grande avanço econômico no período, já que a obra envolveu vários setores, como o industrial, o setor de transportes e de equipamentos e principalmente o setores elétricos.
Apesar do crescimento da inflação provocado, a insatisfação foi contida com a criação do Plano de Metas, onde o presidente prometia 50 anos de desenvolvimento em 5.
Os Candangos

Cerca de 60 mil homens se deslocaram para Brasília para trabalhar na construção. A maioria deles vivia em grandes barracões. A vida levada pelos operários, as condições de mantimento e de sobrevivência eram bem abaixo do respeitável.
Os primeiros moradores da capital, aqueles que deram seu sangue, e muitos dele até mesmo a vida para que tal projeto se tornasse real, ficaram conhecidos como candangos.
A execução deste projeto histórico em um período tão curto de tempo contou com pessoas trabalhando dias e noites sem cessar. Para completar, esses indivíduos viviam em condições insalubres.
Ninguém sabe exatamente tudo o que os candangos passaram, mas você com certeza não estaria disposto a viver como eles.
Brasília que nós conhecemos

A nova capital foi inaugurada em 21 de abril de 1960, quando iniciaram lá as atividades do governo após um discurso do então presidente Juscelino Kubitschek. Porém, Brasília ainda não estava pronta, portanto as obras precisavam continuar.
A distribuição de terras envolve ainda muitas discussões, já que aparentemente ocorreu todo o tipo de discriminação da parte do governo durante as negociações.
Não demorou para que a cidade obtivesse uma porção elitizada e que surgisse uma área de periferia formada pela massa da população.
Com a saída de Kubitschek uma grande dívida interna se revelou, e, apesar dos avanços na cidade-sonho, o povo brasileiro carregava o fardo de uma inflação gigantesca.
O “Plano piloto” não ficou firme por tanto tempo, já que logo ocorreu o chamado “abrasileiramento de Brasília” com o surgimento de espécies de favelas, de regiões residenciais mais simples, de pessoas sem-teto, uma simplificação de toda aquela nobreza que não era tão compatível assim com o que o país vivia.
A nossa capital é uma cidade linda e admirada, um lugar maravilhoso para se viver, mas suas história foi escrita a “trancos e barrancos” e muita gente teve que pagar cara por isso, não só os candangos, mas toda a população simples brasileira.