Nióbio: Entenda porque ele é tão importante e cobiçado no mundo

Nióbio é um elemento químico que pertence ao grupo 5 da tabela periódica. Esta substância em pouca quantidade é capaz de tornar o aço absurdamente mais resistente.

Devido ao seu potencial, esse elemento é utilizado em gasodutos, motores aeroplanos, indústria nuclear, lentes ópticas, está presente nos foguete mais avançados do mundo, fizeram parte da construção do maior acelerador de partícula de todos os tempos, o LHC, entre outras muitas utilidades.

Nióbio

O país foi o primeiro a comercializar a substância, possuindo a maior parte das minas de nióbio existentes, cerca de 90%. Por causa disso, muitas empresas de alto tecnologia estão de olho no Brasil. Este elemento é o elemento metálico encontrado em menor quantidade na crosta terrestre.

Apesar do ótimo posicionamento do Brasil neste mercado, o Governo brasileiro ainda não desenvolveu nenhum tipo de regulamentação. Nos últimos anos alguns políticos e entendedores da área têm buscado colocar o assunto em pauta, retratando que o país tem vendido o produto em preços extremamente baixos.

A descoberta do Nióbio

O nióbio foi encontrado pela primeira vez pelo químico inglês Charles Hatchett. Ao encontrá-lo, ele notou que esse novo material possuia características similares ao tântalo e o denominou Colúmbio.

Depois de algumas divergências sobre o fato de o elemente ser mesmo diferente do tântalo, Heinrich Rose estudou o material, concluindo que além do tântalo havia outro elemento presente. Rose foi quem deu ao novo elemento o nome de Nióbio.

O termo foi reconhecido oficialmente e incluído na tabela periódica em 1941.

Em 1960 foi encontrada a maior reserva do mundo, localizada em Minas Gerais, na cidade de Araxá, próximo a capital Belo Horizonte.

Nióbio

Saiba mais sobre esse metal

Quando em temperatura ambiente esse metal de transição se encontra no estado sólido e apresenta uma coloração azulada.

Em temperaturas muito baixas o nióbio se torna um supercondutor. Mesmo em temperaturas atmosféricas o potencial de condutibilidade desse elemento é altíssimo, ficando em primeiro lugar na lista dos supercondutores.

Situação do mercado de Nióbio

Desde 2007 a questão do nióbio tem despertado interesse no país. Naquele ano, o então deputado Enéas Carneiro declarou que seria possível que o país enriquecesse apenas com a venda de nióbio.

Em 2010 um documento secreto do governo dos Estados Unidos acabou vazando e tornando público o tamanho do interesse do país pelas minas brasileiras. O documento inclui as minas brasileiras na lista de recursos imprescindíveis para os norte americanos.

O presidente eleito Jair Bolsonaro, em sua campanha para as eleições 2018 defende que este metal pode salvar o Brasil de sua crise financeira.

Nióbio
Região de mina de nióbio

Preço

Como dito, o preço do nióbio não foi estabelecido. As negociações são realizadas de forma particular, sendo o preço muito variável e na maioria das vezes abaixo daquele utilizado pelas outras poucas minas ao redor do mundo.

Algumas fatores dificultam que o país consiga exportar esse material em um preço justo.

O seu uso em pequenas quantidades muitas vezes já é suficiente, portanto apesar das pequenas quantidades distribuídas pelo mundo, a carência pode não ser tão grande como se espera.

Além disso, dois outros materiais possuem características similares. Se o Brasil começasse a cobrar um valor alto pelo nióbio, muitos países poderiam substituí-lo por vanádio ou por titânio.

Apesar dessas questões envolvendo o preço, o nióbio é importante para o mercado de exportação, sendo o terceiro mineral a mais gerar dinheiro para o país.

O mundo de olho no nióbio brasileiro

Nióbio
Produtores de nióbio

O nióbio exportado pelo Brasil é vendido em forma de ferro-nióbio, além disso o país exporta produtos feitos com o metal.
Ribeiro Tunes, diretor do Instituto Brasileiro de Mineração diz que o alto número de tecnologias em desenvolvimento fará com que as necessidades desse metal se tornem cada vez maiores.

Com as sociedades se tornando mais e mais tecnológica, é muito provável que surjam novas utilidades para o nióbio, essa probabilidade é admitida principalmente pelo fato de muitas das tecnologias, como as citadas no início do texto, já terem nióbio como parte indispensável.

É importante destacarmos também as pesquisas realizadas com supercondutores que vem ganhando cada vez mais espaço e também podem contribuir para o aumento da demanda de nióbio.

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, quase 90% de suas importações do metal são feitas de minas do Brasil e não há ainda um caminho onde o país não dependa do nióbio produzido em terras brasileiras.

O país que mais consome o nióbio brasileiro atualmente é a China, principalmente por causa de seus investimentos em infraestrutura e nas indústria automobilística e petrolífera.

Logo após a China estão os Estados Unidos e o Japão.

Será mesmo que o nióbio pode salvar a economia brasileira? Essa é a pergunta que não quer calar.