Quão próximo estamos de conhecer todo o oceano?

Será que um dia chegaremos a conhecer todo o oceano? O ser humano pouco sabe sobre os limites dos oceanos, sabemos tão pouco que nós conhecemos toda a superfície lunar mas não descobrimos o que há por baixo da água salgada dos mares.

A maior parte do planeta é coberta por água, cerca de 71% de toda a área. Desta porcentagem, um estudo de várias universidades revelou que conhecemos apenas 10% do relevo. Em boa parte dos mares, a profundidade média é de 3 mil metros. Sem contar a parte mais profunda que chega a incríveis 11 mil metros.
Para sabermos melhor como estamos lidando com essa informação, vamos ver um pouco mais sobre o assunto.

É muita água

Segundo pesquisas recentes, nossos oceanos estão longe de ser algo explorado e conhecido amplamente por nós. Isso porque alguns lugares são de difícil acesso e poucos esquipamentos são capazes de suportar a pressão d’água.

Mais de 80 nações se reuniram e relataram que há muito ainda a descobrir como montanhas submarinas, novas espécies, que a diversidade existente nos oceanos é gigantesca.

Apenas 10% do relevo marinho é conhecido além dos 200 metros de profundidade por nós. Segundo a Organização Nacional Francesa de Hidrografia (OHI), não há razão para focar em pesquisas na lua quando nem conhecemos os mares do nosso planeta.

Para se ter uma noção, 95% das zonas de até 200 metros de profundidade no sudeste do Pacífico não foram estudadas. As maiores partes nos Estados Unidos, 40%, segundo dados da OHI.

Dizem ainda, que seria possível mapear todo o oceano em 200 anos. Mas que se colocassem 40 navios, levaria 5 anos. Porém, tudo isso apenas mapeado além dos 500 metros de profundidade. O que já é um grande avanço, mas ainda teria muito o que ver.

Segundo Walter Smith, geofísico da NOAA (Agência Americana Oceânica e Atmosférica), o valor giraria em torno de 2 a 3 bilhões de dólares.

É muito dinheiro, mas ainda é menos do que a NASA prevê gastar em futuras missões à lua e Júpiter.

Trágico

Em 2009, o avião da Air France caiu no Oceano Atlântico, deixando suas caixas-pretas há quase 4 mil metros de profundidade. Na ocasião, o avião só foi encontrado 23 dias depois do acidente.

Segundo o cientista Thierry Schmitt, isso não deveria acontecer. Já que nós estamos muito atrasados no mapeamento oceanito e não devemos esperar que desastres aconteçam para que ocorra o reconhecimento de um local no mar.

Fossa das Marianas

Se está dificil mapear lugares não tão profundos, imagine o lugar mais fundo do mundo: a Fossa das Marianas.

O local fica no oceano Pacífico, a leste das ilhas Marianas e por incrível que parece, já foi feito o mapeamento da área, inclusive até documentário tem. A fossa possui sensacionais 11.043 metros de profundidade.

A primeira expedição ao local foi feita em 1960, pelo batiscafo suíço Trieste. Comandado pelo tenente Don Walsh e o cientista Jacques Piccard. Eles desceram e ficaram por 20 minutos no local.

Mas em 2012, o diretor de Hollywood, James Cameron, desceu sozinho ao fundo da fossa num batiscafo, na expedição Deep Sea Challenge (nome do documentário). Ele ficou empenhado por 7 anos, trabalhando duro até que conseguiu ir até lá. O cineastra ficou 6 horas no fundo e coletou diversos materiais.

Como foi visto, estamos um pouco longe de conhecer todo o oceano. Mas isso só o torna mais misterioso!