Lilith: Conheça a primeira mulher de Adão

Se você está acostumado a ouvir falar que Eva é a primeira mulher, ficará surpreso ao conhecer a história de Lilith. Muitas pessoas utilizam passagens bíblicas e livros apócrifos para afirmar que houve na verdade uma mulher antes de Eva.

Lilith teria sido criada por Deus simultaneamente a Adão, tendo sido formada pelo barro a imagem e semelhança de Deus. Porém, sua história não se deu conforme o esperado e ela acaba sendo banida do jardim.

O que será que aconteceu?

A partir de Lilith nasceu uma geração de seres amaldiçoados e o seu nome é constantemente associado ao mal.

Calma, vamos conhecer os detalhes dessa história toda.

Concílio de Nicéia

Antes de falarmos sobre o nascimento de Lilith, sua história com Adão e sua expulsão, devemos entender melhor o que aconteceu durante o Concílio de Nicéia. Os principais indícios da veracidade da existência de Lilith partem do pressuposto de que, durante essa reunião presidida por Constantino, partes importantes dos textos sagrados foram retiradas.

O Concílio de Nicéia reuniu bispos cristãos de todas as regiões do mundo para definir a base do cristianismo. Além de estipular datas comemorativas cristãs como a Páscoa por exemplo, foi durante esse encontro que foram escolhidos quais livros deveriam permanecer e quais deveriam ser retirados da Bíblia.

A ideia era banir tudo aquilo que não viesse a partir de inspiração divina, mantendo no livro sagrado apenas fundamentos verdadeiramente orientados por Deus.

Dentre os livros retirados estão Tomé, Judas, Maria Madalena e Gênesis II, que supostamente conta a história de Lilith, a primeira mulher de Adão.  

Houve uma mulher antes de Eva

Os que defendem a existência de Lilith afirmam que ela tenha sido criada juntamente com Adão, conforme comentado anteriormente.

Alguns textos bíblicos são utilizados para embasar essa crença, como o descrito em Gênesis 1:27:

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”

É citado também o texto de Gênesis 2:23:

“E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada.”

Segundo a história de Lilith, ela teria sido formada do barro assim como Adão e Deus a havia ordenado submeter-se ao seu marido. Entretanto, por ser semelhante a ele, a primeira mulher jamais havia compreendido o que fazia dele um ser superior a ela.

Lilith não aceitava a posição que lhe cabia e questionava a ordem do Soberano Criador, que havia criado e regulamentado o universo.

Foi então que ela se rebelou contra Adão: “Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por ti? Contudo, eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual”. Dito isso fugiu do jardim para o meio dos demônios que também habitavam o universo.

O Criador enviou anjos para buscá-la, mas Lilith se recusou, sendo então amaldiçoada por Deus.

Adão, que agora sentia-se constantemente só, clamava por uma nova companheira. Diante disso, Eva é criada, uma mulher formada a partir da costela de Adão, para que ela compreenda o valor da submissão. A história de Adão e Eva a partir daqui você já conhece.

Mas, o que será que aconteceu com Lilith depois do Jardim?

Lilith corre para os braços de um demônio

Só existiam dois tipos de seres naquele período, as criaturas de Deus e os demônios, que já haviam sido condenados juntamente com Lúcifer. Quando Lilith sai do Jardim, o que ela encontra são essas criaturas, e acaba se apaixonando por Samael, com quem teve filhos.

Nasceu então uma geração de seres amaldiçoados. Lilith e seus filhos foram transformados em demônios e ficaram conhecidos como seres rebeldes, sendo integrados a várias crenças folclóricas das mais diversas culturas.

Teoria da Conspiração

A história de Lilith tem seus defensores, mas também tem seus acusadores. Os que refutam a interpretação dos textos de Gênesis citados afirmam que o primeiro capítulo do livro é na verdade um resumo de toda a obra de Deus e que portanto, Eva foi a primeira mulher.

Além disso, faz-se necessário apontar as dificuldades e os desafios que envolvem o estudo de livros tão antigos. É impossível determinarmos o que é original ou o que foi inserido e até mesmo a veracidade de toda a história.

No que se trata de textos sagrados como a Bíblia, a questão principal não é a história, e sim a crença. Diante disso, uma discussão como essa será quase sempre inconclusiva.