O que acontece com nosso corpo quando nos apaixonamos?

Você certamente já experimentou essas sensações em seu próprio corpo. Quando estamos apaixonados ficamos completamente vulneráveis diante da pessoa amada.

É normal pessoas que relatam sentir como se houvessem borboletas em seus estômagos, ou mesmo aquelas que acabam ficando completamente sem jeito ao se depararem com o indivíduo querido.

A paixão mexe completamente com nossas estruturas. Você já não consegue evitar aquela pessoa nem em pensamento. Sem perceber, começamos a associar a ela canções, frases e até mesmo a incluí-la em sonhos.

Realmente este é um sentimento bastante poderoso. Que tal descobrirmos o que acontece em nosso corpo quando estamos apaixonados?

Desde o primeiro olhar

Tudo começa através de olhares. Desde o primeiro olhar uma cadeia de reações começa a acontecer em nosso corpo.

Os primeiros hormônios a serem liberados são o testosterona, que provoca desejo, a adrenalina, que aumenta a frequência dos batimentos cardíacos e a dopamina, responsável por provocar uma sensação de prazer e bem estar, você descobrirá mais sobre ela a seguir.

Conforme tudo isso vai acontecendo, a concentração de serotonina liberada começa a cair. Diante disso, o indivíduo apaixonado passa a experimentar um “estado hipermotivacional de demência” como descreve o pesquisador Pedro Calabrez.

Calma, tudo bem você se apaixonar. Não quer dizer que estará com algum problema psíquico.

No primeiro olhar e durante os 10 primeiros meses da história do casal, ambos estarão experimentando uma hiper ativação cerebral. O que os deixa mais sentimental e vulneráveis diante da pessoa amada.

Durante este tempo, muitos indivíduos apresentam quadros com características similares a obsessão e compulsão.

Tais alterações, provocadas pelas grande ativação cerebral são as responsáveis pelas sensações que foram inicialmente descritas neste artigo.

Sabe quando você não consegue tirar aquela pessoa da cabeça? Você pensa nela no banho, enquanto ver TV, sempre se lembra dela enquanto ouve música, você dorme pensando nela. É quase impossível pensar em algo que, de uma forma ou de outra, não acabe tendo algum tipo de relação com ela.

É desse tipo de obsessão que estamos falando.  

Além de tudo isso, você sente a necessidade de passar cada vez mais tempo com a pessoa amada. A despedida é sempre dolorosa. Um momento distante, e você já se pega contando as horas para reencontrá-la.

Compulsão, é o nome do que acabamos de descrever.

Quando eu estou apaixonado

Conforme vimos anteriormente, a paixão causa uma hiperativação no cérebro humano. Por causa disso, algumas substâncias são liberadas e outras inibidas, gerando modificações em todo o nosso corpo.

O principal hormônio responsável por tudo isso é a dopamina. Essa substância, já citada anteriormente, é a mesma que faz com que pessoas viciadas em jogos sintam um prazer imenso e não consigam parar de jogar.

Ela é potentemente liberada quando você olha para o seu parceiro, e é quem te prente durante aqueles minutos onde nada no mundo além da pessoa amada parecem existir.

Você já passou por isso? É uma das sensações mais maravilhosas que existem.

De acordo com o psicólogo Frederico Mattos a paixão tem muito mais a ver com fatores psicológicos do que com os cinco sentidos. Um exemplo disso, citado pelo próprio profissional, é o de uma pessoa cega que se apaixona pela internet.

As alterações fisiológicas provocadas por esses fatores psicológicos existem e fazem total sentido. Até mesmo as famosas borboletas no estômago podem ser explicadas.

Essa sensação advém de uma maior liberação do hormônio norepinefrina. A mesma substância responsável pelas pernas bambas, pela sudorese nas mãos e até pelas palavras que não saem como planejado quando tentamos declarar a nossa paixão.   

Relacionamentos apaixonados

Se você já esteve apaixonado, já deve ter experimentado muitas das alterações que este sentimento pode provocar em nosso corpo. Porém, também deve saber que toda essa sensação exagerada e deliciosa não dura para sempre.

Pois é, a paixão também tem suas fases.

O fato de já não se sentir como no primeiro olhar não quer dizer que a paixão deixou de existir. Com o passar do tempo, apesar da dopamina permanecer promovendo uma forte sensação de prazer em estar juntos, você já não se sente tão eufórico.

Isso se dá devido a presença da ocitocina, que vai aumentando à medida que os meses passam. Este é o mesmo hormônio que constrói a relação entre uma mãe e seu filho enquanto o amamenta. Essa substância promove fortalecimento do elo, desenvolve a intimidade, e é responsável pelo nascimento de uma relação única e particular.

É neste ponto que começa a se desenvolver o amor. Aquela sensação de uma grande aventura começa a cessar, e neste momento, nasce um relacionamento sólido, seguro e encantador.

Se você chegou a este ponto, seu relacionamento está em processo de amadurecimento. Mas fica a dica, nunca deixe a paixão se pagar. Mantenha sempre uma dose de euforia em seu coração e corpo em relação ao seu parceiro.