Egito antigo, uma civilização cheia de mistérios e uma das mais evoluídas de todos os tempos. Se não fossem os antigos egípcios, hoje não teríamos nem a nossa deliciosa pizza. Eles se unificaram como civilização por volta do ano 3.150 a.C, às margens do rio Nilo. O mítico Rei Meni foi encarregado de unificar as regiões chamadas de Alto Egito e Baixo Egito. Contudo, isso levou um tempo, pois problemas diplomáticos envolvendo as regiões dificultaram acordos.
Foi só com o sob o comando do primeiro faraó, Narmer, que a coisa começou a caminhar (devagar, diga-se de passagem), durante 3 milênios. Bom, depois de uma breve historinha sobre o começo dessa lendária civilização, é hora de falarmos um pouco mais sobre os costumes dos egípcios e os gatos. Gatos, sim, os felinos foram muito importantes na cultura na mitologia egípcia.
A história dos gatos
Se eu peço para você fazer uma imagem mental do Egito Antigo, com certeza coisas como: tumbas, faraós, múmias, pirâmides, Esfinges e muita areia viriam à sua cabeça. Certo? Ok, isso é padrão e não deixa de ser verdade. Mas os nossos amigos africanos possuíam um hábito bem bacana envolvendo gatos: eles eram adorados.
Mas antes de revelar essa história para vocês, quero contar uma curiosidade. Os Antigos Egípcios foram os primeiros a domesticar os gatos.
Os felinos que conhecemos hoje descendem de uma única espécie, esta chamada de ‘Gato selvagem africanos’. Essa espécie era encontrada principalmente na Mesopotâmia, Chipre e claro, o Egito.
Os primeiros gatos a aparecerem possuíam registros de mais de 8 mil anos, mas os egípcios foram os primeiros a conseguir domesticar o bichano. Inclusive egípcios eram muito bons em domesticar animais, eles tinham um vasto “catálogo” de animais que conseguiram trazer para locais púbicos: gansos, macacos, cavalos, jacarés e os bovinos que eram usados em obras.
Mas com os gatos a coisa era mais séria. Quando disse que eles era adorados, estava dizendo no sentido de endeusar os felinos. Os gatos chegaram como qualquer outro animal nas casas do Egito Antigo. Passaram a alimentar os gatos, deixando eles cada vez mais próximos.
Os bichanos foram percebendo que, se ficassem próximos dos humanos, eles poderiam ficar mais saudáveis, ter a vida mias longa, comer sempre e ainda ganhar aquele carinho.
E para os humanos os gatos também eram muito bons, pois com seu instinto de caçador, os bichanos ajudavam a acabar com pragas como os ratos, por exemplo.
Parenteses
Diz uma história, que se a igreja católica não tivesse caçado os gatos no século 13, a peste negra não teria sido tão eficiente como foi no século 14.
Como sabemos, a peste negra matou mais de 200 milhões de pessoas em toda a Europa e o transmissor da praga era o rato. Que levava em si uma pulga infectada que, em conluio com a porquice da época e falta de saneamento, foram essenciais para o alastramento da peste.
O papa Gregório, no Império Romano, passou a caçar todos os gatos, pois segundo ele, os felinos eram o “próprio satanás”. Devido religiões pagãs que usavam gatos como símbolos, bem como os egípcios, islâmicos, celtas e muitas outras espalhadas no mundo todo. Gatos foram queimados em fogueiras, pela inquisição, juntos de pessoas acusadas de bruxaria. Por isso é tão comum ouvirmos histórias de que o gato preto da azar. Até hoje vemos filmes onde um gato acompanha a bruxa ou é associado a um mau presságio.
Divindade
Voltando aos egípcios… chegou uma época que os gatos se aproximaram tanto do povo, que a deusa Bastet, que possuía a cabeça de um leão, foi substituída pela cabeça de um gato.
A partir deste momento na história os gatos tomaram um outro posto, no qual eles passaram a ser entidades sagradas na civilização. Foi muito bom para eles, pois os humanos os tratavam como verdadeiros deuses. Comida, aconchego e um lugar na história.
Mas também foi bem ruim, pois devido a essa devoção, os felinos passaram a ser mumificados com seus donos e servir de oferendas para os deuses.
Agradar a deusa era apenas um dos motivos dos sacrifícios dos gatinhos.
Estátuas e esfinges eram extremamente caras e demoravam para serem construídas, então a mumificação era mais pratica a barata. Os felinos eram mortos, com todo um ritual envolvendo seu sacrifício e depois eram colocados ratinhos mortos juntos. Feito isso, o bichano poderia fazer sua passagem do mundo dos vivos ao mundo dos mortos sem passar fome.
Mas por que os gatos?
Os gatos surgiram numa época onde os egípcios se estabeleceram e deixaram de ser nômades. Grandes agricultores, porém tinham sérios problemas com roedores que devastavam as plantações que era a principal fonte de alimento deles.
Às margens do rio Nilo, sem temer a falta d’água, a única ameaça a agricultura eram os roedores. Os gatos então apareceram num momento crucial para os egípcios. Era um animal que poderia ser domesticado, mas sem perder os hábitos selvagens.
Os humanos ficaram surpresos com as habilidades de caça e reflexos dos felinos, tendo eles não demorado muito para adotar e tornar os bichinhos uma divindade.
A deusa Bastet, que é uma mulher com cabeça de gato, simboliza a fecundidade, amor materno e proteção dos lares. Ter um gato dentro de casa era normal para eles.
Contudo, como toda história da humanidade, não poderia deixar de ter crueldade em alguma parte. Em dado momento, a devoção dos gatos era tanta, que no Egito inteiro existiam viveiros e criadores de gatos feitos só para o abate.
Os vendedores de gatos iam nas portas dos templos da deusa Bastet e vendiam os gatos para as famílias que queriam fazer sacrifícios. Prova disso é que recentemente foram encontradas milhares de múmias de gatos no Egito.
Curiosidades
- A primeira grande exposição de gatos aconteceu em Londres, em 1871. Quando eles já estavam introduzidos na sociedade, mas ainda eram vistos como animais de luxo, usados por granfinos, pessoas da alta sociedade e até como acessórios para as damas da época.
- A primeira raça criada em laboratória foi a persa. O italiano Pietro Della Valle levou o gato modificado ao continente europeu e de lá para cá são mais de 60 espécies diferentes.
O Egito é fonte inesgotável de curiosidades e mistérios, não é mesmo?