O que aconteceu com a empresa Varig?

A Viação Aérea Rio-Grandense, mais conhecida como Varig, foi uma das empresas aéreas pioneiras no Brasil e chegou a ser uma das maiores companhias aéreas privadas do mundo.

Fundada pelo alemão Otto Ernst Meyer ainda durante a década de 1920, passou por um vasto crescimento em meados do século XX, em especial após a Segunda Guerra Mundial, quando fez suas maiores aquisições.

Infelizmente, o que tinha tudo para ser uma história de sucesso, acabou tragicamente com a falência da companhia no ano de 2009.

O que será que existe por trás dessa história toda? Vamos conhecer um pouco mais sobre a Varig e sua trajetória desde sua ascensão até o fim da companhia.

Breve Histórico

Em 7 de maio de 1927 nascia na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, a empresa que seria durante as próximas décadas, uma das maiores companhias aéreas do Brasil.

A Varig foi fundada pelo alemão Otto Ernst Meyer em parceria com diversas personalidades brasileiras. Dentre elas Alberto Bins, Artur Bromberg, Waldemar Bromberg, Emílio Gertum, Jorge Pfeiffer, Ernst Rotermund e Rudolph Ahrons

Inicialmente a empresa só fazia voos regionais. Seu primeiro trajeto foi realizado por um hidroavião apelidado de Atlântico, que levou nove passageiros de Porto Alegre para Rio Grande.

A companhia se limitou à região sul até a década de 1940, quando começou a expandir suas operações alcançando o centro-oeste e uma porção do nordeste do país.

Em 1942 a Varig realizou o seu primeiro voo internacional. Utilizando o De Havilland DH-89 Dragon Rapide levou passageiros de Porto Alegre a Montevidéu. Nos anos seguintes permaneceu crescendo exponencialmente, adquirindo diversas novas aeronaves com o fim da Segunda Guerra Mundial. Boa parte desses novos aviões operaram até a década de 1970, a maioria sem sofrer nenhum tipo de problema.

Em 1985 a empresa foi quem inaugurou o Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos. O Boeing 747-200 da Varig chegava de Nova York.  

A companhia ia se desenvolvendo e se tornando cada vez mais reconhecida. Em busca de continuar a expansão adquiriu uma imensa frota de aeronaves em 1998. No total eram 39 novos aviões, desses 15 Boeing 737-700, 10 Boeing 737-800, 6 Boeing 767-300ER e 8 Boeing 777-200ER.

O que parecia ser o melhor momento de sua história, acabou se tornando o início de um pesadelo que terminou com sua falência.

Crise

As coisas começaram a ficar difíceis após o atentado de 11 de setembro de 2001. O mundo entrou em crise, e a Varig acabou não ficando de fora.

Para piorar a situação, neste mesmo período foram fundadas duas novas concorrentes no mercado nacional. Nascia a a LATAM Airlines Brasil e a Gol Linhas Aéreas Inteligentes.

Apesar de todas as inovações adquiridas nos anos seguintes, lutar pela manutenção de seu espaço não era tarefa fácil. As dívidas da empresa cresciam e o mercado doméstico agora era extremamente competitivo.

O Governo Federal devia mais de 4 bilhões a companhia, mas não tinha intenção de quitá-lo. Em 2003 propôs uma fusão com a LATAM, que acabou sem sucesso.

Afundando na crise, a Varig já tinha uma dívida de mais de 7 bilhões de reais. Além disso, suas tarifas estavam congeladas desde a década de 80. Não havia mais para onde ir.

Em junho de 2005 a justiça deferiu o pedido de recuperação judicial, dando a companhia um prazo de 60 dias para apresentação de um plano de viabilidade.

A TAP Portugal adquiriu as subsidiárias Varig Log e Varig Engenharia e Manutenção garantindo o pagamento dos credores.

As demissões começaram em julho de 2006 e dezenas de aviões foram retidos sem poder voar. Os destinos oferecidos iam sendo reduzidos mês após mês.   

Em dezembro de 2006 a Agência Nacional de Aviação Civil autorizou operações sob razão social de VRG Linhas Aéreas, que foi comprada pela Gol em abril do ano seguinte por 320 milhões de dólares.

Falência

Em setembro de 2009 chegava ao fim o processo de recuperação judicial da Varig. Na época a empresa operava com a bandeira Flex Linhas Aéreas . No ano seguinte a falência foi oficialmente declarada através de um pedido feito pelo próprio administrador do grupo, que assumia que a empresa não tinha condições de arcar com suas dívidas.

E assim chegou ao fim uma grande história, deixando milhares de dívidas, aviões abandonados e centenas de pessoas desempregadas.